segunda-feira, 2 de julho de 2007

A empresa ter só ISO não basta

As exigências do mercado estão mudando os parâmetros de qualidade. E, embora possa parecer polêmico à primeira vista, é possível afirmar que possuir apenas as normas ISO não é mais suficiente.

Para entender melhor, vale lembrar os principais marcos da história das certificações. Nos anos 40, os avanços na área da qualidade foram enormes, com a criação das primeiras normas nos Estados Unidos e Europa. Infelizmente, o que impulsionou esses avanços foi, principalmente, a 2 Guerra Mundial, isto é, era importante evitar problemas de qualidade no projeto e na produção, por exemplo, de artefatos bélicos, aviões, etc.

A ISO Série 9000, sediada em Genebra/Suíça, foi criada em 1946 por 25 países, com o objetivo de fornecer referências internacionais para uniformidade da qualidade do produto, por meio de um sistema da qualidade de alto nível, dando segurança aos fornecedores e compradores em relação às obrigações contratuais.

Nesse rastro, nos anos 50 e 60, o Japão liderou um grande movimento pela qualidade, cujos resultados econômicos incentivaram outros países a seguirem o mesmo caminho. De lá para cá a história é bem conhecida e o crescimento das certificações ISO e outras normas da qualidade ocorreu em todos os cinco continentes.

Porém, nos anos 2000, estamos diante de um novo desafio. Em alguns segmentos estratégicos, como é o caso de telecomunicações, clientes não enxergam mais a ISO como suficiente para a garantia da qualidade. Por isso as normas consideradas "generalistas" estão sendo complementadas por normas específicas, como é o caso da TL 9000, que define requisitos de qualidade dirigidos ao setor de telecomunicações, considerando todo o ciclo de vida dos produtos telecom.

Além disso, a grande novidade dessa norma é a implementação de um sistema inédito de métricas, capaz de permitir a empresa verificar como está, por exemplo, a qualidade do processo de desenvolvimento de hardware e software, o tempo de atendimento de seu "help desk".

Enfim, uma avaliação qualitativa e quantitativa dos principais pontos do processo produtivo da empresa e, principalmente, a comparação desses índices de desempenho com players mundiais, isto para cada linha de produto telecom (PABX, Call Center, etc.).
Assim, o que vem acontecendo não só na área de telecomunicações, mas também em outras, é que a idéia de satisfazer o cliente a qualquer custo vem sendo substituída pelo compromisso de manter e superar índices de qualidade (mensuráveis), comparando-os periodicamente com outros fornecedores do setor.

Isto lembra bastante parte do processo que conhecemos como Balanced Scorecard (BSC). Desta forma, ações e investimentos na área de qualidade podem ser direcionados para pontos do processo produtivo onde os índices de desempenho não estão de acordo com as exigências de mercado.

Luiz Aurélio Baptista - Diretor administrativo e da qualidade da Dígitro Tecnologia
Leia mais em: http://www.ibralog.org.br/ler_artigo.php?cod=87

Nenhum comentário:

Postar um comentário