terça-feira, 21 de agosto de 2007

O que está faltando nos Programas Gerenciais ?

DENIZE DUTRA
CONSULTORA DO INSTITUTO MVC

Sempre ouvi dizer que "é muito fácil ser engenheiro de obra pronta", por isso costumo ser muito cautelosa ao fazer críticas ao trabalho de terceiros. Mas em contrapartida, minha apurada autocrítica, me leva a compartilhar um questionamento que me acompanha nestes 18 anos em que atuo na área de desenvolvimento de pessoas:

O que está faltando nos programas gerenciais ?

Baseada em minhas experiências profissionais e em leituras , penso, que o que falta é EMOÇÃO.

No momento em que estamos entrando no terceiro milênio, quando procuramos não chamar pessoas de recursos, quando descobrimos que o maior patrimônio da empresa , é o seu capital intelectual e o conceito de inteligência emocional está sendo cada vez mais difundido, começa a fazer sentido, entender que mudanças de atitudes, passam ,necessariamente, pelos aspectos emocionais.

O que ocorre é que, geralmente, as metodologias utilizadas são as mesmas, para informar sobre procedimentos e processos da empresa e, também , para promover as tais mudanças comportamentais. Considerando que a tendência natural das pessoas, frente à possibilidade de mudanças, é criar resistências, qualquer processo de ensino que só trabalhe o intelecto, acaba por reforçar as racionalizações e justificativas, que o indivíduo cria para si mesmo para manter um comportamento. Com as atuais contribuições que a educação moderna tem recebido, passou-se a entender que o foco do processo ensino-aprendizagem, é o ALUNO , ou no nosso caso, o participante dos programas de treinamentos ou de educação continuada. É preciso propor atividades que promovam além de reflexão , consciência crítica, e assimilação de novos conceitos, principalmente, uma sensibilização para "determinadas mudanças", através do "toque" na vontade, no prazer, e demais emoções que movem o homem e o tornam a mais fantástica e complexa obra do Universo !

As organizações, movidas pela constante necessidade de melhoria de seus resultados, acabam por contribuir para as pessoas tornarem-se mais frias, fechadas, excessivamente competitivas, desconfiadas, e , por isso, os trabalhos desenvolvidos com estes profissionais precisam valorizar o afeto, que sempre se procurou destituir das relações de trabalho. Como pensar em tornar o trabalho uma fonte de prazer e auto-realização humana; as relações entre empresas e empregados uma verdadeira parceria; as organizações um ambiente de aprendizagem e de inovações, se não conseguirmos ensinar os homens a se relacionarem de forma mais profunda e verdadeira? Fica difícil "ensinar" um gerente a dar um feedback eficaz, a "motivar"sua equipe, a negociar com a equipe ou com um cliente externo, se este mesmo gerente não está preparado para receber críticas, se não sabe ouvir, se sente constantemente ameaçado por todos, se não sente prazer no próprio trabalho, ...

Como ensiná-lo a agir profissionalmente de forma ideal, se ele não tem oportunidade, de perceber os reflexos de seu próprio comportamento sobre o dos outros? Se ele fica apenas , no discurso, no conceito ? Segundo as pesquisas, em apenas 6 semanas, restam somente 5% de tudo o que foi dito .

Como "consultores-instrutores", precisamos assumir que somos apenas os FACILITADORES DA APRENDIZAGEM, e como tal, precisamos criar um clima de abertura, de confiança, de interesse em dar/receber feedback dos parceiro sobre o seu comportamento e provocar o desejo da mudança. É preciso estar comprometido com os resultados do outro, a ponto de "falar a verdade com amor" ! Acho que o que nos falta, como "instrutores" é planejar e desenvolver nosso trabalho pensando verdadeiramente nas necessidades dos clientes e não nas nossas necessidades de demonstrar o que sabemos,. Precisamos deixar de ser o protagonista do show e ...


TER MUITA PAIXÃO EM TRABALHAR COM PESSOAS !!!
"A EMOÇÃO TEM RAZÃO " !!!

Obs: Material retirado dos trabalhos de consultoria do Instituto MVC

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